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Desvio de recursos do Fethab onera logística

Data: Quinta-feira, 27/06/2013 13:36
Fonte: Rita Anibal/Da Redação

Os produtores do Mato Grosso são uníssonos na reclamação da falta de retorno do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) que está atingindo diretamente os preços finais dos produtos. Eduardo Godoi, produtor de soja em Sapezal (480 km de Cuiabá), mesorregião do Norte mato-grossense, relata que “o Fethab é um tributo direto e, com a sua não aplicação, estamos com os nossos produtos onerados em 30% no custo total, somente em se tratando de logística”. 

Questionado pelo Circuito Mato Grosso como mantêm a competitividade, ele fez uma revelação surpreendente: “No cenário internacional, como a soja está com um preço fora da realidade, isso tem mascarado a nossa ineficiência logística. Se o preço voltar ao normal, estaremos encrencados”. Godoi compara as manifestações que estão eclodindo pelo País ao Fethab: “Não é pagar o tributo exclusivo para transporte e moradia; é não obter a contrapartida do governo”.  

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) é a entidade-mãe que congrega todos os sindicatos rurais do estado. Por meio de seu presidente, Rui Prado, vem umas das principais reclamações: “O governo Silval Barbosa colocou no ostracismo o Conselho Diretor do Fethab e estamos sem fiscalização de aplicação dos recursos, sem estradas e sem moradias”. 

Prado diz que “de 2012 para 2013, o produtor desembolsou, a mais, R$974 milhões em frete, somente para o escoamento da safra de soja e milho. Quando começar a safra do algodão, esse valor subirá muito mais”. 

Relata o presidente que esse montante parcial gasto até agora pelos produtores seria suficiente para “construir 500 km de estradas de boa qualidade”. Esse aumento de gasto sinaliza que há crescimento na produção e, consequentemente, maior arrecadação no Fethab, que “já se sabe de antemão: não será aplicado em estradas, como reza a finalidade inicial do fundo”.

Prado ainda diz: “Enquanto isso, o setor que mais produz no Mato Grosso continuará pagando um tributo e não recebendo a contrapartida, obrigação do Estado”.