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CARAVANA PERCORRE BR174

Data: Terça-feira, 13/08/2013 13:41

Bergamim: Economia de Vilhena deve crescer 40% com a pavimentação, estima autoridades

 

 

Setores de autopeças, combustível, varejo e pecuária são os mais promissores com a recuperação do trecho

Inaugurada em 1987, a rodovia que liga Vilhena a Juína, no Mato Grosso, a importante BR-174, atualmente encontra-se em estado deplorável para o tráfego, tanto de veículos de passeio quanto para caminhões e afins. A gravidade da situação mobilizou a classe de empresários e políticos de Juína que sofrem com o isolamento do município no escoamento e compra de produtos industriais uma vez que a cidade fica distante de Cuiabá cerca de 750 quilômetros enquanto até Vilhena a distância é de 240 quilômetros.

 

Como grande parte da produção moveleira, do transporte de combustível e da pecuária de Juína, bem como dos outros 12 municípios que compõem a região noroeste do Mato Grosso, tem como destino Porto Velho e o Acre, a entrada por Vilhena representa uma economia de tempo e financeira para os municípios dos dois estados onde mais de cinco mil veículos devem trafegar diariamente. A pavimentação asfáltica do trecho de 240 quilômetros já esteve incluída no PAC 2, mas foi retirada.

 

Busca por parceria

 

Temerosos com um novo abandono por parte do Governo, as classes interessadas com a recuperação da via estiveram em Vilhena nesta terça-feira, 06, onde expuseram para os vereadores e para o prefeito Zé Rover as necessidades de cada setor a fim de que as autoridades de Juína e Vilhena unissem forças para conseguirem a pavimentação da rodovia e a reinserção do trecho no PAC 2.

 

O prefeito de Juína, Hermes Bergamim (PMDB) foi um dos presentes no encontro desta terça-feira. Bergamim destacou que esta é uma parceria que estava esquecida e que as duas cidades devem lutar juntas pelo asfalto da BR 174. “Os dois lados serão beneficiados, é uma iniciativa que cada um pode fazer a sua parte. Vilhena vai ter um impacto positivo em mais de 40% no geral”, definiu o prefeito.

 

Autopeças e combustíveis

 

Roberto Rios, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste do Mato Grosso, comentou que são mais de 400 empresas que farão uso da rodovia para escoar, em especial móveis, artesanatos, pisos e madeira bruta, bem como a compra de peças para caminhões e demais maquinários que só são feitas na cidade de Tangará da Serra, distante quase 500 quilômetros de Juína.

 

“É notável que Vilhena será muito mais beneficiada com a pavimentação da BR 174, pois serão 400 empresas que irão comprar aqui, sem contar o transporte de combustível o qual 70% das cargas vão passar por aqui”, observou. A estimativa é que o combustível fica entre 30 e 40% mais barato em Vilhena.

 

O empresário do setor madeireiro, Alcides Szulczewski Filho, acredita que as peças para caminhões vão ficar 15 a 20% mais barato se comprarem em Vilhena. “O comércio de Vilhena é bom no quesito de maquinário. Com certeza vamos fazer uso dessa rota e dar início à tão esperada industrialização da madeira”, disse Filho.

 

Vilhena já se prepara para receber este fluxo de vendas de auto peças e reparos em geral com a montagem do polo de mecânica impulsionado pelo Sebrae. De acordo com a diretoria responsável, 20 oficinas da cidade já estão engajadas no programa que dará suporte técnico para atender a malha rodoviária que se aproxima.

 

Do varejo à pecuária

 

O comércio varejista também se mostrou entusiasmado e confiante na pavimentação da rodovia. Representado por Mauro Pasqualotto o setor prevê um aumento de 10% nos lucros com um acesso mais rápido aos fornecedores.

 

“Praticamente todos os atacados que trabalhamos estão instalados em Rondônia, logo vai ser mais fácil manter contato e adquirir a mercadoria pela rota de Vilhena”, pontuou.

 

Já escoamento da produção de agroindústrias e pecuária é um dos mais prejudicados. De acordo com o presidente da Gleba Pesqueira e Iquê, situada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, Carlos Gava, o transporte de animais bem como o de produtos que saem das chácaras que formam a gleba tem uma perda de tempo estimada em 80%, pois é necessário o reboque dos veículos até a área trafegável.

 

“A gente gasta cerca de uma hora e quarenta minutos para percorrer um percurso de 10 quilômetros com o reboque dos caminhões no trator de esteira”, relatou. De acordo com Gava, a parte que compreende a zona rural de Juína até a área urbana é a mais prejudicada. “O perímetro de Vilhena até a propriedade foi estruturado com luz, estrada e documentação, mas até Juína está extremamente precário. Os 80 produtores que são da gleba e que moram no Mato Grosso sofrem diariamente”, lamentou.

 

Parceria

 

O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Vilhena, Vanderlei Graebin (PSC) se comprometeu, juntamente com os demais vereadores, a emitir um ofício aos senadores que representam o Estado em Brasília, pedindo agilidade no processo que devem contemplar a BR 174 com o almejado asfalto.

 

O prefeito de Vilhena, José Rover (PP) sabe da importância da rodovia para o município, tanto que já esteve em Brasília, juntamente com o prefeito de Juína, Hermes Bergamim, onde se encontraram com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior a fim de liberar o projeto de criação oficialmente da rodovia para então inseri-la nas obras do PAC que contemplam a pavimentação.