Uma equipe da Consufor, empresa de consultoria em negócios e estratégias, de Curitiba/PR, está em Juína para um estudo rigoroso sobre o Setor de Base Florestal. A demanda foi formulada pelo Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e WWF-Brasil e várias indústrias filiadas ao Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno), estão sendo visitadas.
A partir do "Programa Água Brasil (PAB)", será possível analisar os desafios e as oportunidades da cadeia de valor do Manejo Florestal Madeireiro Sustentável, e assim, criar linhas de financiamento para o setor.
O consultor Luis Fernando Scheffler, da Consufor, explicou em entrevista que o mais interessado é o Banco do Brasil, que irá mediante o resultado do estudo, desenvolver e aprimorar produtos e serviços financeiros que contribuam para viabilizar o manejo florestal madeireiro sustentável proveniente de florestas nativas na Amazônia.
Segundo ele, esses produtos e serviços financeiros induzem os empreendimentos à competitividade. Seja através da minimização ou adaptação aos processos produtivos, promoção do uso eficiente dos recursos naturais e inclusão social. Assim, devem promover melhorias em cadeias produtivas já estruturadas e em outras ainda em estruturação.
Um grande parceiro do "Programa Água Brasil" é a Organização Não Governamental WWF-Brasil, que conforme Scheffler, é o "grande fiel da balança e quem irá determinar certas variáveis que tem que ser observadas enquanto Manejo Florestal Sustentável".
Em Mato Grosso, além de Juína, outras regiões também servem de base para o estudo. "O programa está sendo desenvolvido inicialmente aqui no estado de Mato Grosso e a gente já está visitando outras regiões do estado como Várzea Grande e Sinop, que também estão contempladas, mas, Juína tem um foco muito grande na indústria madeireira e por isso estamos aqui", disse.
O estudo foi dividido em três componentes básicos: Manejo florestal sustentável, processamento industrial primário e comercialização. O desenvolvimento atual é determinar os coeficientes técnicos e de viabilidade econômico-financeira do manejo, beneficiamento e comercialização.
Os próximos passos seriam a sistematização e análise acerca das falhas de mercado e análise propositiva de mecanismos financeiros. Falando sobre o que já foi constatado, Luis Fernando ressalta que as indústrias madeireiras são as que mais cuidam da floresta, ao contrário do que é divulgado lá fora.
"A gente vê que as indústrias da região estão muito mais do que se pensa atendendo aos critérios que podem caracterizá-las como protetoras da floresta. Quem derruba floresta não é o madeireiro, ele cuida da floresta, ele tira apenas determinadas árvores e deixa o restante em pé. Quem derruba as florestas são outras pessoas", salienta.
Algumas indústrias madeireiras estão recebendo a Consufor para esse diagnóstico detalhado do setor. "É uma iniciativa pioneira e louvável e que vai abrir portas para que os mecanismos e instrumentos financeiros sejam mais acessíveis e disponibilizados pelo banco como uma maneira de oferecer mais apoio ao negócio da madeira na região", frisa.
Na região noroeste o grande parceiro do programa é o Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno), que abriu as portas das indústrias para que o estudo pudesse acontecer.
"Foi fundamental a participação do Simno, na pessoa do Sr Roberto Rios, aqui na região, pra que a gente conseguisse abrir as portas das empresas e ter as indicações certas e pessoas chaves pra consultar e levantar esses dados. É uma pena que a gente não consiga estender esse estudo a todas as outras empresas interessadas, mas, entendo que o que levaremos daqui, com o apoio do Simno, já está sendo de grande representatividade e isso vai com certeza mostrar como está sendo feita essa atividade na região e irá, em contrapartida, ajudar o madeireiro dessa região e do estado de Mato Grosso", reforçou.
No estado, o Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso) e Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso) também são parceiros. O "Programa Água Brasil" teve início há pelo menos 06 meses e sua previsão de conclusão é para outubro deste ano.