O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno), Roberto Rios Lima, participou na sexta-feira (30), no Palácio Paiaguás em Cuiabá, de uma reunião com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, e representantes de oito sindicatos do setor de base florestal do estado com o objetivo de discutir a Portaria 443/2014, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Junto ao presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Geraldo Bento, Rios solicitou ao governador ajuda na revogação da portaria, que proíbe a coleta, corte, transporte, armazenamento, manejo, beneficiamento e comercialização de mais de seis espécies por risco de extinção, como Angelim, Itaúba, Garapeira, Jatobá, Cerejeira, Jequitibá, Cedro, Canelão dentre outras.
Segundo o presidente do Simno, com as restrições a atividade madeireira fica inviabilizada prejudicando de forma direta o setor, um dos grandes geradores de empregos e responsável por fatia considerável da economia do estado. “Não podemos ficar a mercê duma portaria dessas, já somos penalizados por tantas exigências e por uma carga tributária pesada. Esperamos que Taques nos ajude na revogação dessa portaria”, revelou.
O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Geraldo Bento, afirmou que a extração da madeira no Estado segue um manejo florestal aprovado pela Sema que visa a preservação das espécies. “Hoje nós estamos em uma situação bastante crítica na base florestal do Estado de Mato Grosso devido a essa Portaria que foi lançada no final do ano e nos pegou de surpresa”, diz.
Para ele, é necessário que o MMA reveja os estudos. “Viemos recorrer ao governador do Estado para que possamos reverter essa situação não só de Mato Grosso. Mas, todos os Estados da Amazônia Legal estão sendo prejudicados por essa Portaria. Nós precisamos reverter urgentemente porque temos várias empresas que já estão paralisadas em virtude dessa Portaria, estou confiante”, acredita.
O governador Pedro Taques ouviu as demandas e cobrou da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a real situação dessas espécies. Se a suposta ‘extinção’ pregada pelo MMA não for verdadeira, ele diz que pessoalmente buscará a revogação ou readequação da Portaria, que passou a vigorar no final do ano passado.
Ele revelou também que pedirá força política junto aos demais governadores dos estados que fazem parte da Amazônia Legal. “Esse setor de base florestal é muito importante para o Estado de Mato Grosso. Aqui nós estamos tratando com empresários que só querem cumprir as determinações legais”, afirmou o chefe do Executivo.
Taques destaca que o Estado vai analisar a Portaria antes das tratativas junto ao MMA. “O que eles querem é a segurança e a tranquilidade jurídica para que possam desenvolver as suas atividades. No nosso governo, o setor de base florestal será tratado como segmento econômico importante. Nós vamos analisar a Portaria junto com a secretária de Meio Ambiente [Ana Luíza Peterlini] e o secretário de Desenvolvimento Econômico [Seneri Paludo]. Ninguém aqui quer violar regras ambientais, o que nós queremos é que a lei seja cumprida com segurança e tranquilidade”, diz o governador.