A discussão de assuntos relevantes ao setor de base florestal foi o foco da Assembleia Geral Ordinária do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (SIMNO) desse mês de março. Diversos empresários associados ao sindicato compareceram na última quinta (13).
Dentre os destaques da assembleia, que foi conduzida pelo presidente Roberto Rios Lima, está a retomada da identificação da madeira por parte do governo do estado, através de decisão judicial.
Apesar de o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), órgão encarregado de proceder com a fiscalização, não dispor da estrutura necessária para fazê-la, conforme o Simno já revelou, a decisão parece não ter volta.
De acordo com Rios, o assunto foi tema de reuniões no Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem) e Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), com a Secretária de Meio Ambiente (Sema), Ana Luíza Peterlini.
Peterlini teria dito que bancaria toda a despesa para que a classificação ocorra, inclusive intensificando a fiscalização na divisa do estado, mas ficou surpresa ao descobrir que o Mato Grosso possui mais de uma ‘saída’.
A proposta do setor, que foi até repassada aos órgãos estaduais competentes é que a identificação das essências seja feita por ato declaratório nas próprias indústrias, similar ao que ocorre com a Guia Florestal (GF). Segundo Rios, essa ideia é parecida ao que acontece nos estados Unidos e vem dando certo. Com o formato, caberia às indústrias identificarem a carga e liberarem o caminhão, cabendo ao órgão a fiscalização volante por amostragem.
Ao final da assembleia, Rios recebeu ligação do deputado Estadual Oscar Bezerra (PSB) confirmando que a proposta é bem vista pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), restando a normatização e adequação da metodologia.
A liberação de projetos de manejo por parte do novo governo de Mato Grosso também foi destaque. Enquanto em 2014 foram liberados, ainda com Silval Barbosa, 220 projetos para o setor, se passaram dois meses de 2015 e até agora nenhum.
Esse é um fator preocupante, haja vista que, segundo informações, 31 funcionários encarregados dessas análises na SEMA, apenas 03 foram mantidos pelo atual governo. Após cobranças diretas ao governo, a secretária recompôs o quadro que precisa acelerar os trabalhos para a safra 2015.
A redução na arrecadação também foi comentada. Segundo o presidente, as vendas caíram bastante em resultado de fatores diversos, o que inclui o período chuvoso e a atual economia do país. Com isso, o setor arrecadou menos para fundo da madeira (de cada metro cúbico R$ 0,80 retorna ao setor), o que causará um impacto grande ao setor nesse ano. O tempo é de precaução, segurar as finanças e evitar uma turbulência maior.
A situação da estrada (BR-174) que liga Juína/MT a Vilhena/RO também foi questionada. Empresários que dependem dessa via para escoar sua produção têm reclamado que a empreiteira responsável e que foi contratada para realizar a manutenção tem deixado a desejar.
A assessoria foi em busca de respostas e conforme o secretário municipal de infraestrutrura, Renato Tozzo, há um impasse entre os indígenas, que estão cobrando pedágio na via, com os trabalhadores da empreiteira. Devido a isso os reparos estão suspensos.
O atual prefeito, Zulmar Curzel, popular Carequinha (PTB), foi convidado para a reunião, assim como o licenciado Hermes Bergamim (PMDB), para comentarem sobre melhorias nas estradas vicinais visando o início da safra da madeira. Nenhum compareceu para dar explicações.
Quem marcou presença foi o vereador Paulo Roberto Tiepo (PSD), popular Paulão, que explicou a situação do novo parque industrial, que até agora não saiu do papel, e sobre o terreno doado pela prefeitura para armazenar os resíduos. De acordo com ele, a área do novo parque, que é de aproximadamente 40 alqueires, é particular e o município não teria condições de adquiri-la, cabendo ao setor ter que bancar. Sobre a área de armazenagem de resíduos, ele comentou que devido à proximidade com o Rio Perdido pode haver problemas ambientais futuros.
Os novos gerentes do Serviço Social da Indústria (Sesi), Sidiney Rossa, e do Banco do Brasil, Ebenésio Guedes Brandão, também estiveram presentes se apresentando e ao mesmo tempo se colocando a disposição do setor. Rossa pretende continuar a mesma parceria firmada com a antiga gerente e quer intensificar ainda mais com novos projetos.
Já Brandão, foi questionado sobre linhas de financiamento para o setor investir nos projetos de manejo, que são poucas. Ele prometeu relacioná-las e na próxima assembleia apresentar aos empresários. A gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Dayanni de Paula Rosseto também comentou sobre as novidades e a realização do evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.