Foi apresentada nesta quinta-feira (31), durante reunião da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), em Cuiabá, a proposta da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para solução de entraves do setor de base florestal. Um grupo de pesquisadores da UFMT apresentou os projetos que elaboraram mediando diagnóstico do setor.
O professor Zenésio Finger, diretor do curso de engenharia florestal da UFMT, revelou que essa proposta faz parte do desdobramento do diálogo para a integração industrial do evento "DIÁLOGO PARA INTEGRAÇÃO INDUSTRIAL" onde os profissionais visitaram o pólo do Simno, que compreende oito municípios, e a partir de um contato inicial entre a academia e a FIEMT verificou as demandas do sindicato e passou a analisar de que forma a universidade podia contribuir com essas demandas.
“Após a visita na região, em novembro de 2015, pode se identificar os grandes problemas que enfrentam o setor de base florestal, fizemos um diagnóstico e elaboramos uma proposta preliminar que foi a célula para essa aproximação maior que hoje está se concretizando”, disse.
Foi entregue um plano de ação com a ideia de execução de 7 projetos, sendo 02 mais prioritários, tratando dos índices de aproveitamento de madeira e as bitolas das madeiras que saem do processamento primário. Além desses, os professores possuem outros cinco projetos independentes e ao mesmo tempo interligados, “já que a ideia é desenvolvermos um trabalho nesse processo de interação universidade-empresa, de uma maneira que ele seja sustentável, ou seja, toda a atividade da indústria de base florestal seja sustentável”, reforçou Finger.
Ele informou ainda que há projetos de curso e longo prazo. Os curtos são os que envolvem os índices, uma demanda que precisa de informações técnico científicas para embasar a negociação juntos aos órgãos ambientais para que novos índices, embasados em conhecimentos técnico-científicos, passem a ser utilizados, “mas há projetos de médio prazo, a exemplo, a parte de aproveitamento de resíduos, existem várias ideias dependendo do tipo de resíduo e para cada caso vai demandar um certo tempo. Temos a ideia de projetos de longa duração que podem levar até 50 anos, como o projeto de manejo de uso múltiplo da floresta nativa, esse é um projeto que nós queremos usar na melhor utilização dos estoques que existem na floresta nativa do estado de Mato Grosso, sejam privados ou públicas”.
A professora Mariana Carvalho é representante do escritório de inovação tecnológica (EIT) da UFMT. Ela contou que o escritório tem o propósito de promover e agregar alianças estratégicas em um tema especifico, que no caso é o de base florestal. “Dentro das propostas está o desenvolvimento de pesquisas, desenvolvimento de extensão, principalmente a parte de capacitação, treinamento e reciclagem e uma parte de inovação tecnológica, mais voltada à transferência de tecnologia, aprimorando e levando de acordo com a necessidade”, contou.
O Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno) foi representado pelo seu presidente Roberto Rios Lima, ao lado do presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, Geraldo Bento. De acordo com Rios, era um sonho do setor de base florestal o intercâmbio com a UFMT na elaboração de um projeto como esse.
“Estamos ao longo dos anos tentando elaborar um projeto como esse que só conseguir mediando a parceria com a instituição. O vice reitor João Carlos Maia esteve em Juína aonde foi repassado a ele todos os gargalos do setor de base florestal e com isso foi possível desenvolver a proposta de trabalho para o setor noroeste e todo o estado. Quero agradecer aos professores e também ao presidente da FIEMT, Sr Jandir Milan, que é um grande apoiador e incentivador do setor, um grande parceiro do nosso sindicato e acredito que agora será possível firmarmos essa parceria na busca pela solução de inúmeros gargalos.
As propostas foram apresentadas aos presidente dos sindicatos de base florestal que terão agora a responsabilidade de decidirem quais projetos vão priorizar e colocar em prática.