A Rohden Lígnea, empresa mato grossense, fundada em 1980, vem a público manifestar o profundo repúdio aos últimos episódios acontecidos ao longo do mês de Abril na cidade de Juruena.
No início do mês de Abril deste ano tivemos nossa área de manejo florestal, a fazenda Rohsamar, invadida por uma quadrilha de grileiros de terra que está aterrorizando o noroeste do estado do Mato Grosso.
Com a justificativa absurda de que a empresa possuía escritura de “apenas uma parte da área”, a quadrilha conseguiu reunir um grupo de cerca de 400 pessoas, que montaram acampamento em uma área descampada dentro da fazenda e ali se instalaram.
Utilizando de todos os canais disponíveis na cidade, como internet, rádio e propaganda de rua, alertaram a todos os possíveis “desavisados” de que era absurda essa história. Compramos essa área em 1992 da família Tenuta, que por sua vez comprou a área da união em 1966 – ou seja, há 50 anos esta área já possuía todos os documentos.
De forma covarde, pessoas conhecidas da sociedade Juruenense, incluindo ex-funcionários e até políticos da cidade, fomentaram todo tipo de conversa fiada, avalizando o comportamento criminoso cometido pelo Sr. Juraci Santos, conhecido como Neguinho da 13 e sua quadrilha de invasores de terra.
Após invadirem a fazenda, o bando já desmatou uma considerável área de mata nativa, sem qualquer pudor ou respeito às leis ambientais vigentes no país.
Seguindo com a barbárie, no último dia 23 de Abril, sábado, adentraram na fazenda e expulsaram dois caseiros a tiros. Não bastasse tudo isso, ainda criaram uma situação em que se colocaram como vítimas (400 invasores contra 2 caseiros!) e se aproveitaram do clima de confronto para QUEIMAR duas casas dentro da propriedade. Continuando os atos terroristas, derrubaram árvores na estrada para prender na mata um ex-gerente da empresa que auxiliava coletores de castanha que trabalhavam na fazenda.
Finalizando o final de semana de terrorismo, tomaram a última casa da propriedade, sequestraram o caseiro e o levaram PRESO para a cidade de Juruena, ficando ainda com as chaves da propriedade. Um furto qualificado e assumido sem qualquer vergonha por parte dos invasores.
Além de ser uma mentira escandalosa a questão dos documentos da área, é absurda a hipótese de invasão de uma área de manejo reconhecida não só no estado, por ser uma das mais antigas ainda em atividade, mas também em todo o país e até fora dele.
A floresta Rohsamar já recebeu pesquisadores do IBAMA, SEMA e das universidades mais conceituadas do estado, como UFMT e UNEMAT, e até da universidade de Cornell, nos Estados Unidos. É também a única floresta na história do estado do Mato Grosso que recebeu o selo internacional de responsabilidade florestal, o FSC.
Ainda somado a isso, vale salientar que a floresta é a fonte de matéria prima para a indústria e sua produção de portas e artefatos de madeira. A Rohden Lígnea paga impostos ao município, estado e união desde 1980, sendo a empresa mais antiga em atividade na cidade.
Já geramos mais de 3500 empregos diretos, doamos energia às entidades privadas sem fins lucrativos (Juruena Piscina Clube, Parque de Exposições e até igrejas.) e sempre fomos parceiros do município de Juruena, seja na época em que nossas máquinas eram emprestadas à prefeitura, seja patrocinando e apoiando todo o tipo de evento cultural e festivo da cidade.
Com tudo isso, assistimos perplexos ao comportamento de uma parcela da sociedade e políticos da cidade, que se comportam de maneira indiferente ao absurdo pelo qual estamos passando, lavando suas mãos por motivos diversos. Pior que isso: muitos deste até APOIAM a invasão, oferecendo todo tipo de amparo aos criminosos que acamparam e estão destruindo nossa floresta.
Cabe esclarecer mais um boato mentiroso que é espalhado aos quatro cantos da cidade: as demissões.
O órgão ambiental que regula toda a operação da indústria madeireira no estado do MT, a SEMA, não consegue atender às solicitações do setor e, mesmo com uma floresta de 25.100 hectares, frequentemente ficamos sem matéria-prima para trabalhar, por conta da lentidão da análise dos processos.
Pra piorar o quadro, nosso país vive sua pior crise financeira e política dos últimos 25 anos, com desemprego atingindo a taxa alarmante de 10,9% da população.
Os reflexos são óbvios na saúde financeira da empresa e também somos obrigados a demitir pessoal, muitos dos quais, trabalhadores que dedicaram parte de sua vida profissional a manter a empresa funcionando. É uma situação em que também sofremos juntos e não somos culpados. A maioria dos 24 funcionários demitidos este ano, era do setor de extração de madeira. Como vamos manter 24 funcionários do setor de extração se precisamos de uma licença de exploração florestal por ano e nos últimos 9 anos só conseguimos 4?
Tivemos várias reuniões e fizemos muitas tentativas de acordo com o sindicato trabalhista da categoria, mas infelizmente as leis trabalhistas brasileiras são engessadas e não permitem nenhum tipo de acordo para o pagamento de verbas rescisórias: nem parcelamento, nem permuta em bens da empresa – nada.
A única saída é um acordo via Justiça do Trabalho, e foi exatamente o que fizemos, tudo dentro da mais perfeita legalidade.
A demora nas audiências não é culpa da empresa e se os acordos fossem permitidos de forma extrajudicial, certamente todos os 24 ex-funcionários estariam com todos os seus direitos pagos.
Ressaltamos uma última vez: em todos os 36 anos de funcionamento da empresa, tivemos mais de 3.500 funcionários e NENHUM deles ficou sem receber cada centavo ao qual tinha direito. Com certeza absoluta não será diferente agora.
A família Rohden possui mais de 60 anos de história na indústria brasileira, está na terceira geração no comando dos negócios e sempre foi fiel aos princípios da honestidade e legalidade.
Aos que insistem em justificar uma invasão de terras totalmente ilegal por parte de um bando de mais de 400 pessoas, em sua maioria de forasteiros vindos de outros municípios, com um problema de atraso de pagamento de 24 funcionários, cabe à pergunta: o líder do movimento está com todas as suas contas em dia?
E se os credores, que colocaram o nome do Vereador no SERASA, resolverem invadir as terras dele para cobrar as contas atrasadas, será também um movimento justo?
São 36 anos de serviço social prestado à cidade, aos moradores e às autoridades de Juruena e não mediremos esforços para que esse respeito nos seja dado de forma recíproca.
O peso da lei será sentido por todos aqueles que nos roubam o fruto de uma vida inteira de trabalho e seriedade.
Rohden Indústria Lignea Ltda