Você saberia informar quanto de madeira serrada se obtém de uma única tora? Foi em busca da resposta que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT), em parceria com Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Alta Floresta - Área de Tecnologia da Madeira, está realizando estudos sobre o Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV).
O Trabalho piloto começou por algumas indústrias de base florestal de Juína, a pedido do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno). Segundo a pesquisadora responsável, Tatiana Paula Marques de Arruda, cada região tem sua característica própria e que precisa ser estudada.
“Eu fui convidada a desenvolver o projeto de pesquisa e inicialmente vamos conhecer a realidade dessa região, pois cada uma apresenta características bastante peculiares, precisamos fazer o levantamento de quantas indústrias existem em Juína e como elas desenvolvem suas atividades. Dentro do nosso projeto não vamos apenas avaliar o volume e a espécie dessa tora que esta sendo desdobrada, mas também o rendimento e as características técnicas dos operadores, pois não envolve somente as características tecnológicas da madeira, e sim todo o setor de base da indústria”, declarou a pesquisadora.
A Superintendente de Gestão Florestal da SEMA-MT, Suely Bertoldi, veio a Juína acompanhar o início dos estudos do CRV. “Estamos elaborando a pesquisa em função de uma alteração da Resolução do CONAMA de que o CRV de todo o Brasil seria de 35%, queremos mostrar tecnicamente e cientificamente que esse CRV é inviável, não compensa para uma empresa retirar a árvore da floresta e trabalhar com CRV de 35%”, comentou.
Ela informou também que, além de Juína, a equipe visitará indústrias madeireiras em Aripuanã, Sinop e em várias partes do estado. Em Alta Floresta a pesquisadora já realizou alguns trabalhos que foram apresentados em junho do ano passado em um evento no Canadá.
O Presidente do Simno, Paulo Augusto Veronese, explicou que o início dos estudos do CRV acontece graças a uma demanda do sindicato junto ao órgão ambiental estadual. “Conseguimos que esse trabalho viesse para a nossa região, tendo em vista que nossas indústrias foram impactadas economicamente pela redução do CRV. Não podemos esquecer que a questão ambiental também foi atingida, como equacionar a questão dos estoques físicos com o saldo no sistema SISFLORA obtido? Uma vez que a discrepância coloca o industrial em insegurança jurídica, então diante disso fomos até os órgãos para mostrar nossa realidade no setor”, concluiu o presidente.