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Cipem e UFMT promovem evento sobre uso da madeira na arquitetura do futuro

Data: Segunda-feira, 08/07/2019 15:50
Fonte: Assessoria Cipem-MT

O auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá, foi completamente ocupado por mais de 100 estudantes na última quarta-feira (07) para uma palestra sobre Madeira Nativa e Arquitetura do Futuro, com a professora doutora Akemi Ino, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado de São Paulo (USP).

O evento é resultado de uma parceria entre a UFMT e o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) que resultou na criação de uma disciplina optativa sobre o tema na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da universidade.

Ino apresentou projetos que resgatam a cultura de construção com materiais mais naturais, menos impactantes ambientalmente e disponíveis localmente. Para ela, essa é a arquitetura de van guarda e quem ainda não tem esse olhar, está vivendo com conceitos ultrapassados. “Além dos inúmeros argumentos sobre as vantagens de a madeira tornar-se o principal elemento construtivo, para mim, o principal é que usar materiais de construção mais naturais e sustentáveis é sinônimo de saúde”, defendeu.

Conforme relatou a professora, a madeira vem sendo utilizada há milênios como material para construção e foi deixado de lado por estigma ou preconceito. “As pesquisas têm proporcionado o desenvolvimento de novas técnicas e materiais que podem tornar a construção mais rápida, barata e eficiente”, afirma Ino.

Estudos mostram que a madeira pode substituir o concreto e o aço como material de construção, sendo um produto leve, resistente, representando menor custo de transporte e também menos tempo de trabalho nas edificações.

A mensagem da professora reforçou o interesse dos alunos pelo tema. “O que mais me chama atenção da madeira como elemento construtivo é o fato de representar um ciclo natural: ela nasce, cresce, amadurece e, antes de envelhecer, você colhe. É diferente de outros materiais que levam centenas de anos poluindo a natureza”, diz a aluna Lavínia Magalhães Ferreira. E acrescenta “que as pessoas precisam deixar de lado o preconceito e buscar mais informações para entender que dá uma fazer diferente sendo esteticamente bonito, economicamente viável e ambientalmente correto”.

O professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, José Afonso Botura Portocarrero, defende que a arquitetura brasileira precisa evoluir e começar a olhar a madeira como material principal de construção e não um elemento assessório. “Em vários países, como nos Estados Unidos, por exemplo, há uma enorme quantidade de casas de madeira, enquanto no Brasil, só se vê concreto. E isso faz muito sentido em Mato Grosso, que tem madeira até no nome”, observa.

Neste sentido, o Cipem explica que a madeira nativa do estado é oriunda, majoritariamente, de planos de manejo florestal sustentável, o que garante a origem legal do produto. Além disso, o manejo de florestas tropicais, ajuda na conservação e na manutenção da biodiversidade, contribuindo, também, para o combate às mudanças climáticas. Além disso, o processo de industrialização da madeira também é mais sustentável, pois utiliza menos energia e água.

Para demonstrar como funciona, na prática, essa atividade, o Cipem e a UFMT também estão proporcionando uma visita, in loco, de 12 estudantes da disciplina especial a uma fazenda de manejo florestal sustentável, na região de Sinop, na última semana.