Responsável pela gestão da BR-174, o DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes baixou uma nova portaria, que não foi bem recebida pelo setor produtivo da região noroeste de Mato Grosso.
A Portaria nº 139/2020 que foi publicada no dia 9 de janeiro e que entrou em vigor no dia 13, proíbe o tráfego de veículos com o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) acima de 48,50 ton. (Quarenta e oito e meia toneladas) na rodovia que corta os municípios da região noroeste do estado.
De acordo com o DNIT, a limitação de peso dos veículos através de uma balança que foi instalado em Castanheira, leva em consideração o excesso de chuvas e o alagamento de rios na região, em especial o Rio Vermelho, que principalmente neste período do ano deixa a estrada praticamente intransitável, o que prejudica os produtores, especialmente de madeira, soja e gado.
O presidente do SIMNO, Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso, Paulo Augusto Veronese, avalia que a medida deve reduzir o volume de negócios de maneira considerável, uma vez que a BR-174 é o principal corredor de escoamento da região.
“Desde o início nós sabíamos que iam trazer transtornos para nós e demais produtores. Achávamos que iria haver uma mudança nessa portaria para amenizar a situação, através de um novo entendimento. Mas os dias vão se passando e nós estamos tentando via política e diálogo com o DNIT, mas não estamos conseguindo resultados favoráveis. Tivemos algumas reuniões, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras e Madeira de Mato Grosso (CIPEM) e o FNBF (Fórum Nacional de Atividades de Base florestal) estiveram em Cuiabá e em Brasília com o DNIT para um diálogo e eles (DNIT) nos trouxeram somente uma parte técnica mostrando o porquê eles fizeram essa portaria e a interpretação de limitar a carga”. – avaliou.
Segundo o presidente, as prefeituras da região manifestaram apoio à revogação da portaria e também pedem a liberação da rodovia o mais rápido possível.
“As prefeituras se manifestaram de alguma forma, e queremos juntos montar de modo oficial um dossiê, junto com as assinaturas colhidas no abaixo assinado, que teve mais de 2.000 assinaturas aqui da região, juntar todos os documentos e entrar com um mandado de segurança para que a gente consiga esse êxito nessa liberação” – disse.
Os servidores do DNIT já estão fazendo autos de infração para os caminhões que ultrapassarem o peso permitido pela portaria e devem continuar por tempo indeterminado com a restrição, inclusive podendo ficar com estrutura fixa permanente no local.
“Eles montaram uma estrutura para ficar permanente e eles podem ficar o tempo que eles quiserem e se ficar fixo também achamos que não tem problema. O maior problema é que eles não querem liberar algumas categorias de caminhões e nós queremos que eles liberem todas elas, pois temos produtores de soja na região que precisam escoar a produção e como é um peso bem maior que o permitido está sofrendo para fazer o transporte e assim vão perder muito. Sentimos que alguns empresários estão preocupados, muitas pessoas também estão preocupadas ligando e querendo saber como está à situação, muitos estão segurando os produtos, controlando para evitar a falta” – lamentou.
Uma solução definitiva para o problema, segundo Veronese, seria a pavimentação da BR 174, mesmo que aos poucos, trecho por trecho, mas salientou que é uma decisão que se estende há muitos anos e envolve muitas questões técnicas e de licenciamento, o que torna a pavimentação, uma “carta fora do baralho” por enquanto.
“Não é fácil, é um custo muito elevado e a população ainda é muito pequena em função da importância que esse asfalto terá para nós. Quem achar que esse asfalto vai sair de um ano para outra está iludido, mas o nosso desejo é que eles comecem que façam pequenos trechos e assim chegue à pavimentação em toda a BR174. Eles sempre estão jogando a questão ambiental, a questão indígena como empecilho e para nós esse asfaltamento é muito importante, tanto para o desenvolvimento e saúde da população”. – finalizou.