O cenário visto nas estradas da região noroeste de Mato Grosso durante a Caravana da Inovação, realizada de 09 a 12 de Abril, pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), juntamente com o Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste (Simno), é desolador.
Durante quatro dias foram percorridos mais de mil km entre as cidades de Brasnorte, Juína, Juruena, Cotriguaçú e Colniza por trechos completamente abandonados pelo Governo do Estado. O setor de base florestal está indignado com o descaso por parte das autoridades e o sentimento é de total impotência diante do abandono para com empresários e sociedade desta região.
Não é de hoje que nossa região está esquecida pelo Governo de Mato Grosso, que só se lembra do noroeste na hora de cobrar os impostos caríssimos que são pagos mensalmente e que parte deveria retornar em melhorias para a população, ou do voto em período eleitoral.
O que o setor quer saber é onde estão os governantes que ano após ano deixam a região noroeste a mercê de inúmeras dificuldades. Porque não fazem manutenção preventiva nas estradas durante o período de estiagem? O que ainda falta acontecer para que sejam solidários ao sofrimento visível de empresários, comunidade, enfim, de todos que residem nos Municípios de Juruena, Cotriguaçú, Colniza, Aripuanã e dos distritos desses Municípios?
Os participantes da Caravana da Inovação sentiram na pele essas dificuldades ao deparar com caminhões completamente destruídos por conta de verdadeiras crateras nas estradas, pontes totalmente destruídas, atoleiros gigantes e mais, cargas de madeira espalhadas na pista danificando o produto, prazos não cumpridos, contratos suspensos, empresas passando por dificuldades financeiras e em alguns casos até sem recurso para efetuar pagamento de funcionários e etc.
O presidente do SIMNO, Sr Roberto Rios, desabafa: "Será necessário que mais empresas fechem de vez as portas, que empregados fiquem sem trabalho e sem condições de sustentar suas famílias para que só assim recebam a atenção necessária por parte das autoridades públicas? Está na hora de mudar esse cenário, não devemos nos calar, precisamos de respostas, e não é apenas o problema das estradas, uma série de reivindicações foram apresentadas durante os encontros e essas se tornarão um documento apresentado aos governantes para suprir as necessidades do setor de base florestal do Noroeste de Mato Grosso".
A expectativa é que essas constatações não fiquem apenas no papel, mas que o Governo de Mato Grosso utilize dessas informações para fazer valer o poder que lhe foi conferido: Governar para todos e não somente para uma minoria que vive na capital e em regiões mais favorecidas estrategicamente. A população da região Noroeste deve ser lembrada não somente em época de campanha eleitoral.